A saudade suga a alma,
como o sal desidrata a carne
e conserva a paisagem.
Ela faz parte de um mar de felicidade,
afinal és quem firma a passagem de volta.
Sopra, como vento, o recomeço na mesma história.
A saudade é o inverso da despedida,
é a chance do retorno comum,
te convenço que sem ela não há volta de corpos como os nossos.
Sem ela não há respostas de uma carta,
não existe o desejo de uma alma,
ou o encontro num lugar qualquer de Olímpia.
A saudade é tempero de um mar cristalino,
é o encontro das ondas nos rochedos,
o desfazê-lo para areia branca criar.
És ela, quem fabrica palavras de um verso.
O motivo da existência de um corpo
e das lágrimas do recordar sem sentido.
Sinto a falta do seu nariz,
da ressaca de nossas noites
e da vitamina de nossas manhãs.
Saudade.
Rafael Cunha
domingo, 21 de outubro de 2012
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