quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Favela

Estou morrendo.
Passo por passo, desço o morro em direção a morte.
Todos meus amores deixados em vielas por onde passo.
Morro de amor.

Das escadarias, os degraus uniformes das mentiras ditas à mim.
Do corrimão nasce o desejo em um toque.
Cada fio remendado, liga a minha mente e todos meus amores, lá em cima.
Desço o morro.

Na entrada da favela estou despido pela minha moral.
Fui alvejado por um amor perdido.
Agora, sucumbo a dor das antigas,
para reamar outra em uma nova vida.



Rafael Cunha

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